Será a privacidade uma das
grandes moedas do futuro?
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A história da privacidade deixa claro que existe uma forte relação entre o que é privado e o desenvolvimento da tecnologia. Antes da chegada da televisão, havia algumas fontes de conhecimento, tais como a academia, a alfabetização e os próprios pais. Costumamos dar continuidade a muitos aprendizados envolvidos em nossa formação. Além do mais, também é claro que a mídia já estava desempenhando um papel importante, criando crenças comuns por meio do rádio e do jornal. No entanto, quando a televisão chegou, aconteceu uma mudança dramática: ficamos mais viciados no meio do que na mensagem.
Se quiser saber mais sobre isso, leia "O meio é a mensagem", do filósofo canadense Marshall McLuhan.
Em sua teoria, McLuhan defende que a forma como enviamos e recebemos informações é mais importante do que a própria informação. Em sua mente visionária, ele já estava prevendo que entraríamos de cabeça na era da informação, onde o conhecimento vem de todos os lugares. Como disse McLuhan, "Não há nenhuma parte de nós intocada", e a sabedoria tornou-se um estado de navegar em várias mídias e aproveitar o que elas podem retornar para nós em troca de nossos dados e nossas crenças. Algumas nos proporcionarão entretenimento; outras, consciência e até frieza. Acrescentando que as mídias sociais (com curadoria de algoritmos) agora desempenham um papel essencial, podemos ver que o que entendemos por conhecimento já mudou.
Marshall McLuhan, 1966. Foto por: Henri Daumain/Life
A informação tem agora duas características importantes que governam o mundo: poder e dinheiro. E como os dados se tornaram uma das grandes moedas do futuro, o mesmo aconteceu com a privacidade. Estamos cada vez mais vivendo em uma sociedade de vigilância na qual quase tudo sobre nossas vidas será conhecido.