From abundance to discovery:
the importance of curation.

@vivao_project

19.04.2021

LAURA STUMM

Antes do crossover de imagens acontecer na internet, as referências estéticas se organizavam em uma ordem. A obra de arte no museu, a capa da revista, o cool, o urbano, e até o minimal conviviam em uma lógica de classificação. Hoje, logando no instagram, parece que adentramos em um safári digital. Tudo tem um valor a ser percebido, desde que o seu criador o faça caber na moldura da tela. 

Passamos a habitar intensamente um espaço em que tudo é influência e informação. A cada foto se cria uma nova opinião, posicionamento e informação. Mudamos a lógica de gerar conhecimento. 

O público não é mais mero consumidor de conteúdo, mas sim o criador, a própria mensagem, e também o meio em que ela transita. À medida que o poder de geração de cultura passa para as pessoas, a curadoria sai das mãos de empresas e vai para comunidades.

@_inserto
Neste online self-awareness, o público também se deu conta que é maior do que as instituições. Começamos a dar mais crédito ao conhecimento que gira entre os perfis, do que às mídias e meios tradicionais. 

Com um paladar já aflorado pela globalização, passamos a adentrar ainda mais em diferentes culturas e linguagens, construindo novas referências, em mosaicos estéticos plurais. 

Este reconhecimento também provocou novos olhares sobre questões sobre racismo, imigração, gênero e classe, uma vez que essas imagens não estão mais controladas por uma didática em um museu. A imagem autoral virou uma mensagem sensível.



"You see a lot of times that people are fishing in the same pool for ideas. But my creative process is the opposite. It's like, what if I lived in a parallel universe?" 

Mous Lamrabat is a photographer, born in the north of Morocco. He is a master of hybridity, expertly splicing together symbols from his Moroccan heritage and Muslim faith with Western brands and pop culture in his bright and joyful portraits.

EM MEIO A ESSA ARENA HETEROGÊNEA, A HIERARQUIA DAS REFERÊNCIAS FOI QUEBRADA

e a informação passou a vir por imagens de todas as partes. Algo muito incrível que surge dessa epifania é a ressignificação das memórias através de novas curadorias. Pense na estética brasileira, por exemplo. Se você acompanhar o olhar da @fado_tropical, há grandes chances de você revirar seu imaginário sobre o Brasil. Uma história contada através de uma curadoria de imagens, que vieram de um olhar espontâneo e sensível.
@fado_tropical
@fado_tropical
@fado_tropical
Na era da curadoria, as estéticas contemporâneas sofrem uma mudança importante. A construção da imagem vira uma ferramenta na criação da personalidade e, por isso, ela não segue mais um referencial categórico. Com isso, cresce a possibilidade de se explorar universos e culturas de forma espontânea, livre de conceitos ou regras.

AS NOVAS ESTÉTICAS NÃO TEM O PROPÓSITO DE SEREM BELAS OU DIDÁTICAS E, POR ISSO, RENUNCIAM A TÉCNICA EM FUNÇÃO DA MENSAGEM.

Elas agora são ilimitadas, e se criam de diferentes origens e personalidades. As plataformas digitais, e a era da curadoria nos levaram a um novo momento de abundância de descobertas e redescobertas a partir de diferentes imaginários.